Indicadores para o bom debate partidário sobre 24 e os efeitos políticos e eleitorais
DEZ POR CENTO. Nestas eleições municipais, o PT já entrou em campo com uma desvantagem, pois conseguiu viabilizar candidaturas de prefeito e prefeita em cerca de 10% dos municípios do Estado. Dos 217 municípios, o PT lançou candidaturas em apenas 22. Confira a lista: Afonso Cunha, Araioses, Arame, Arari, Brejo, Buritirana, Central do Maranhão, Codó, Coroatá, Fortuna, Godofredo Viana, Lago do Junco, Lagoa Grande do Maranhão, Matões, Passagem Franca, Penalva, Poção de Pedras, Rosário, São Benedito do Rio Preto, São Bernardo, São Francisco do Maranhão e Serrano do Maranhão. A maioria desses municípios é de médio e pequeno porte.
VICE. Já para vice-prefeito, o PT compõe candidaturas em um pouco mais de 10% dos municípios, totalizando 27. A saber: Anapurus, Araioses, Arame, Bequimão, Bernardo do Mearim, Cajari, Campestre do Maranhão, Central do Maranhão, Cururupu, Estreito, Godofredo Viana, Gonçalves Dias, Imperatriz, Lago dos Rodrigues, Lago Verde, Morros, Parnarama, Paulo Ramos, Pedreiras, Penalva, Peri Mirim, Poção de Pedras, Presidente Dutra, Primeira Cruz e Santo Amaro. Nas duas principais cidades do Estado – São Luís e Imperatriz – o PT disputa a vice em aliança com o PSB (Duarte Júnior) e o PCdoB (Marco Aurélio), respectivamente. Para essas duas cidades, o PT indicou duas mulheres negras: Creuzamar de Pinho (São Luís) e Vânia do MST (Imperatriz).
REDUÇÃO. O caso do Maranhão, no entanto, não é isolado, como pode parecer à primeira vista. Nestas eleições, houve uma redução no número de candidaturas do PT em todo o país em relação às disputas municipais anteriores. A princípio, essa redução poderia ser atribuída exclusivamente à Federação, mas seria um equívoco. O PCdoB lançou 11 candidatos a prefeito e 16 a vice, enquanto o PV lançou um candidato a prefeito e oito a vice. No total, a Federação lançou 34 candidatos a prefeito, o que corresponde a aproximadamente 16% dos municípios do Estado. Para uma análise mais aprofundada, outros fatores devem ser considerados, como os acordos estaduais e nacionais e interesses parlamentares, além da organização partidária em cada município. De todo modo, a Federação aparece no ranking de candidaturas a prefeito na oitava posição, sendo que nenhum partido conseguiu lançar candidaturas em metade dos municípios do Maranhão.
VEREANÇA. Para mensurar essa questão, o número de candidatos a vereadores e vereadoras é um excelente indicativo. Dos 217, o PT lançou candidatos a vereadores e vereadoras em 136, o que corresponde a 62,75% dos municípios existentes no Estado. No total, o PT apresentou 755 candidaturas às câmaras municipais desses municípios. No entanto, esses dados apontam para uma questão que precisa ser enfrentada de forma coletiva e planejada pelo partido: o nível de organização, mobilização e representatividade dos diretórios e comissões provisórias. O PT não conseguiu lançar candidaturas às câmaras municipais em cerca de 40% dos municípios. E aqui ainda não se discute a viabilidade eleitoral das candidaturas do partido.
CARA DO PT. Das 22 candidaturas do PT às prefeituras, 17 são homens e cinco são mulheres, sendo 9 homens brancos, 8 pretos, 2 brancas e 3 pretas. No caso das candidaturas a vice, 17 são homens, sendo 5 brancos e 12 negros, e 10 mulheres, sendo 3 brancas e 7 negras. Já entre os 755 candidatos às câmaras municipais, 434 são homens, sendo 39 brancos e 395 autodeclarados negros e indígenas; e 272 mulheres, das quais 43 são brancas e 226 são negras. Embora a maioria das candidaturas ainda seja de homens, em descompasso com o número de eleitoras, a maioria das candidaturas é de pessoas autodeclaradas negras. Três candidatos não informaram a sua cor.
FORÇAS ELEITORAIS. Considerando o número de candidatos a prefeitos e prefeitas, qual é o tamanho de cada partido no Estado? (1) União Brasil, 70; (2) MDB, 69; (3) Republicanos, 66; (4) PL, 62; (5) PSB, 62; (6) PP, 55; (7) PDT, 36; (8) Federação (PT/PCdoB/PV), 34; (9) Novo, 19; (10) Podemos e PSD, cada um com 18; (11) PRD, Avante e PSOL, cada um com 14; (12) Mobiliza, 11; (13) DC, 10; (14) PMB, 8; (15) Solidariedade e Rede, cada um com 6; (16) PSTU e Cidadania, cada um com 3; (17) Agir e PRTB, cada um com 2; e (18) PV e PCB, cada um com 1. Como em política, dois mais dois nunca são quatro, esses números são apenas indicadores da fragmentação do campo político no Estado e da ausência de partidos hegemônicos, embora o partido do orçamento secreto e o partido do conservadorismo sejam a maioria militante neste cenário.
Dados: Secretaria de Organização do PT
Texto: Prof. Xico